D urante o velório de seu pai, o personagem narrador de As sete mortes do meu pai, de Humberto Conzo Junior (Mondru) – que leva o mesmo nome do autor -, recebe uma notícia desconcertante. Após lidar com as questões mais urgentes, que a morte e a notícia causaram, passa a revisitar seu passado e sua relação com o pai. Sem acesso aos pertences dele, lhe resta apenas um álbum de fotos de família e poucos documentos e objetos deixados para trás. Partindo desta memorabilia, o personagem narra e reconstrói os momentos que lhe separaram de seu pai. Um filho que sempre se achou diferente do pai, que sempre quis ser diferente do pai, vai percebendo a importância da figura paterna em sua vida, para o bem e para o mal, e se dá conta do quanto há de semelhanças entre eles. Uma história onde o longe não exclui o perto, e as diferenças não tiram a força das semelhanças. Um romance de (des)formação e (re)formação, onde o narrador/autor se desconstrói para poder se reconstruir.

Humberto Conzo Junior é formado em biologia e história pela USP. Publicou livros infantis como Bichos sinistros e Descobrindo os Bichos do Jardim. Em 2015 criou o Primeira Prateleira, canal de divulgação literária. Idealizou o Clube de Literatura Brasileira Contemporânea, clube de assinatura e leitura conjunta. Em 2019 integrou a turma do CLIPE da Casa das Rosas. Participou da coletânea Retratos da Vida em Quarentena. Em 2021 foi finalista do Prêmio Jabuti na categoria Fomento à Leitura.

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