S elecionamos romances policiais recém-lançados, entre alguns clássicos nacionais do gênero, para se ler agora. Vejam a nossa escolha.

Bufo & Spallanzani, de Rubem Fonseca. Este livro foi lançado em 1985 e foi uma febre, não tínhamos TV a cabo, nem internet. Livro para passar a noite inteira lendo. Super envolvente, investiga a morte de Delfina Delamare. Aparentemente suicídio, mas Guedes ao investigar, acha que foi homicídio.

Dias perfeitos, de Raphael Montes. O jovem Raphael veio para ficar. Nesse livro, o personagem Téo estuda medicina, mora com a mãe tetraplégica e é um cara muito solitário, tímido. Conhece Clarice, por quem fica completamente obcecado… é um suspense psicológico que dá frio na espinha. Do mesmo autor, também é destaque O jantar secreto.

Uma janela em Copacabana, de Luiz Alfredo Garcia-Rosa. Qualquer livro Do Garcia -Roza é muito saboroso. Em quase todas as suas obras, aparece o honesto delegado Espinosa, um amante dos livros, que nas horas vagas percorre sebos do Rio de Janeiro.

Pssica, de Edyr Augusto. Edyr é um autor que merecia ter um reconhecimento muito maior do que possui, é um dos grandes escritores do Brasil em atividade. Pssica, seu livro mais recente, é extremamente contemporâneo, seja pela linguagem rápida, seja pelos assuntos abordados, como o tráfico de escravas brancas, de drogas e a sexualidade nos tempos de rede sociais. É um policial dos bons, que foge do estilo clássico, com praticamente todos os personagens tendo um quê de mocinho e muito de bandido. Outro que indicaria tranquilamente do autor é Moscow, novela publicada em 2001, uma obra-prima.

A hipótese humana, de Alberto Mussa. O autor está entre os grandes dos nossos dias. Mussa dá cor à história do Brasil, algo bem diferente dos livros modorrentos que apresentam na escola. Seus livros nos permitem descobrir como o país era no passado por meio de uma estética extremamente atraente. O Compêndio Mítico do Rio de Janeiro, série da qual A Hipótese Humana faz parte, reconstrói a partir de crimes e suas possíveis linhas de investigação a formação e os pormenores do Rio.

Fogo-Fátuo, de Patrícia Melo. O livro segue uma linha mais clássica dos policiais: um crime a ser desvendado e uma detetive obstinada e com vida pessoal conturbada, buscando a verdade por trás dos fatos. Apesar de pouco inventivo, é muito bem escrito e traz algumas críticas e reflexões pertinentes sobre o meio artístico e jornalístico nacional.

Presos no paraíso, de Carlos Marcelo. Trata-se da estreia do jornalista e biógrafo na ficção, um romance policial de estrutura bastante clássica no sentido do ambiente fechado, em que ninguém entra nem sai, passado na paradisíaca ilha de Fernando de Noronha e dividido em duas partes, em que a narrativa se alterna entre as vozes e os tempos narrativos dos dois protagonistas.

A Corte infiltrada, da Andrea Nunes. O Supremo Tribunal Federal negocia um contrato milionário para instalar um sistema moderno de telecomunicações para os seus ministros. Nesse meio tempo, um mestre budista é misteriosamente assassinado quando tenta alertar o presidente da Corte de um terrível segredo que pode implodir o sistema judicial brasileiro. Um suspense de tirar o fôlego com fatos reais dos bastidores da Justiça brasileira.

Crime na feira do livro, de Tailor Diniz. O livro foi publicado originalmente como folhetim, no jornal Correio do Povo, durante a Feira do Livro de Porto Alegre, em 2007. A história tem como personagem principal o detetive Walter Jacquet que chega a Porto Alegre para visitar um amigo e se depara com um assassinato logo após a abertura oficial da feira. Cada capítulo corresponde a um dia do evento, em um enredo que envolve livreiros, bibliófilos e escritores atraídos pelo mistério de um livro raro recém-descoberto e que vem a se transformar no objeto de desejo de todos.

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Escolhas de Cida Saldanha, Rodrigo Casarin, Anna Luiza Cardoso e Alexandre Staut

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