“As mulheres do soneto” (Folhas de Relva, 2024), romance estreia da médica e professora de medicina Dayse Lourenço se passa em uma pequena cidade do interior, quando eram usadas as máquinas de escrever. Ainda menino, Carlos encontra na gaveta do escritório do pai, Ferdinando, um soneto manuscrito por ele, junto a duas cartas: uma de seu pai endereçada à mulher inspiradora dos versos, e outra, escrita por ela em resposta.
A poesia revela muitas vezes o que corre escondido, por baixo de nossa pele visível ao mundo. Os versos deste soneto impressionam o garoto que decide encontrar a identidade da musa de seu pai, procurando-a em cada mulher que o rodeia ao longo de sua vida, em todas as caligrafias que encontra, na sala de costura de sua mãe, no colégio, nas ruas.
Fascinado, ele as observa de longe no início, e depois, de muito perto, aprendendo com elas, desvelando seus segredos à medida que cresce e se envolve em suas vidas.
Carlos deixa a casa dos pais para estudar Direito na capital, onde reencontra uma mulher de sua infância, e retorna depois de formado, a viver em sua cidade natal.
Ferdinando adoece e definha em pouco tempo, mas nem em seu leito de morte, quando Carlos recita os versos a seu ouvido, ele revela a identidade de sua musa.
Ele se casa com Helena, tem filhos, e ainda assim, continua envolvido com as mulheres do soneto.
Carlos e sua sogra, Clarice, dividem um amor especial pela literatura. Anos depois, ela adoece como seu pai, e desolado, Carlos cuida dela até sua morte.
Um dia, arrumando o que restou na casa de Clarice, ele encontra uma mala com diversas cartas antigas e vários poemas, dentre eles o soneto, desta vez datilografado e despojado da caligrafia do seu pai, sem poder confirmar sua autoria. Novamente os versos do soneto vem perturbar sua existência, que relembra sua busca pelas mulheres que o inspiraram.
Dayse Lourenço nasceu em Barbacena, em 1956, viveu em São Paulo quando criança, e hoje reside em Vinhedo. Médica formada pela Escola Paulista de Medicina, em 1980, é professora Livre-Docente da Disciplina de Hematologia. Escreve crônicas e poesias há anos e já participou de concursos literários de contos, crônicas e poesia, alguns incluídos em antologias. Desenha desde a infância, é pintora bissexta de óleo sobre tela, aquarela e pastel seco, tendo participado de exposições individuais e coletivas. Este é seu primeiro livro.
Veja o livro aqui (site da editora).
