Chiclete no cabelo

Ela tem 36 anos de idade, mas seu público dificilmente passa dos 20. Paula Pimenta, mineira, fã de Crepúsculo e dos livros de Meg Cabot, vende livros para adolescentes como água de bebedor escolar. Seu último lançamento – o quarto da série “Fazendo meu filme” – ultrapassou os 100 mil vendidos. Seus 17 lançamentos atingiram a marca de um milhão de volumes em estantes adolescentes de lugares diferentes do mundo.  Os comentários nos blogues de literatura jovem mostram que além de ser muito comprada, é lida e debatida. A estudante Priscila Dazzi, de 12 anos, mandou para a São Paulo Review a entrevista com a autora incansável que vive com os pais e dorme entre bichos de pelúcia.

 *Por Priscila Dazzi*

Os livros da Paula Pimenta são como chiclete quando pega no cabelo: impossíveis de desgrudar. Quando começo a ler, não tenho vontade de parar nunca mais. Me apego às personagens e tenho vontade de conhecê-las na vida real. Sua criatividade e seu modo de escrever nos fazem acreditar que as histórias contadas realmente aconteceram. Elas são mais do que bem escritas, são escritas com paixão. E é isso que as faz tão incríveis. A Paula usa as palavras a seu favor e faz com que elas nos provoquem as mais diversas emoções. Enquanto leio, fico alegre, tensa, com medo, e às vezes chego a ponto de chorar. Me sinto como se fosse a personagem em cada em cada situação. Sempre gostei muito de ler, mas quando ganhei o meu primeiro livro da Paula Pimenta, passei a ficar viciada em literatura. Por isso, recomendo seus livros a todos que queiram sair um pouco da realidade e conhecer um universo onde tudo é mais divertido, e todos podem ter o seu final feliz.

Paula, todos os seus livros acabam com um final feliz. Você acredita que na vida real todo mundo possa ter o seu? Acredito que todo mundo pode ter vários finais felizes! A gente passa por várias fases na vida, algumas boas, outras ruins…  Mas acho que devemos sempre seguir em frente e buscar o final mais feliz possível para aquele ciclo.

Você sempre acreditou que conseguiria se dar bem nessa profissão de escritora? Teve apoio de seus pais? Que dica você daria às pessoas que não têm esse apoio? Sempre tive apoio dos meus pais, mas na verdade eu não achava que seria escritora e sim jornalista. Meus pais são médicos e quando eu falei que iria fazer faculdade de jornalismo, eles apoiaram totalmente, pois sabiam do amor pela escrita que eu tenho desde a infância. Foi na faculdade que eu percebi que não queria ser jornalista e sim escritora. Mas eu também nunca fui imprudente. Só larguei tudo para me dedicar à carreira de escritora quando percebi que já poderia me manter apenas com essa profissão. O conselho que eu dou para quem não tem o apoio da família é conversar muito, mostrar que você será muito mais feliz fazendo o que gosta.

Você está escrevendo a continuação para “Minha vida fora de série”? Qual a previsão de lançamento? Os fãs estão curiosíssimos para saber o que acontece com a Priscila. Sim, estou escrevendo a quarta temporada de Minha vida fora de série. O livro deve ser lançado no 1o semestre de 2017!

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Priscila Dazzi, 12 anos, está no sétimo ano do colégio Gay Lussac, Niterói (RJ)

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