A oficina teórica e prática “Assimetrias do Tempo: a construção e a desconstrução na Moda, na Literatura e na Filosofia”,  que acontece entre 04 de novembro e 04 de dezembro, na Oficina da Palavra Casa Mário de Andrade, recebe inscrições até amanhã, dia 27.

Coordenada e ministrada pelo pesquisador em Filosofia Brunno Almeida Maia, pelo chapeleiro Eduardo Laurino e pela escritora Anita Deak, a oficina nasce da necessidade em se investigar, por meio de um curso interdisciplinar, a foma em que se desenvolve a relação do artista com a história durante o processo criativo.

 Para isto, o trio apresentará quatro teses variantes de Filosofia da História, partindo de Hegel (1770-1831), Marx (1818 -1883), Comte (1798-1857) e Walter Benjamin (1892-1940), entrelaçando os pensadores com os conceitos de construçãodesconstruçãoideologia e utopia. O objetivo de “Assimetrias do Tempo” é tencionar a questão: “Qual é a chave de leitura do artista-criador para conceber uma obra, a partir de um arcabouço conceitual e imagético herdado pela ‘tradição’ histórica?”

 “A criação, especificamente a da Moda, em seu estágio atual, funciona como repetição justamente por olhar para o passado como potência literária e imagética a serviço da inspiração; como diferença, por seu turno, ao ser ‘filho de seu tempo’ o criador transmuta os valores das épocas anteriores, para responder – ou indagar – a época presente. Daí a importância de se apurar o olhar histórico”, afirma o coordenador e um dos ministrantes da atividade, o pesquisador Brunno Almeida Maia, que desenvolve há cerca de três anos pesquisas sobre da relação Literatura com a Moda, a partir do ponto de vista da Filosofia.

 O curso retoma, na Moda, a estética e inquietações dos estilistas pertencentes à geração The Antwerp Six (Escola da Antuérpia), como Ann Demeulemeester, Dries Van Noten, Dirk Bikkembergs, Walter Van Beirendonck, Dirk Van Saene, Marina Yee, e os japoneses – Kawakubo, Yamamoto e Miyake – para se entender o movimento de vanguarda dos anos 80 e 90, sob a luz dos conceitos de construção edesconstrução. Entrelaçando, principalmente, as literaturas – seja a ficcional ou a não ficcional – com a Moda, as roupas e as palavras, convoca um guarda-roupa de autores, escritores e filósofos como Gilles Lipovetsky, Richard Sennet, Hannah Arendt [foto], Virginia Woolf, Marcel Proust, Charles Dickens, Charles Perrault, Honoré de Balzac, Charles Baudelaire, Marina Colasanti, Roland Barthes, entre outros.

 Num segundo momento, na disciplina Moda e Roupa: desconstrução, assimetria e conceito, o estudante exercitará a capacidade em interpretar, reinterpretar e criar a partir das noções apreendidas na disciplina de Filosofia; o conteúdo torna-se, então, forma, a partir de exercícios práticos e da criação do caderno de artista (petit cahier). Escrita Criativa – a construção e a desconstrução da narrativa por meio do uso dos recursos literários situa-se no entrelaçamento das técnicas da escrita criativa, para a elaboração, redação e apuração do estilo na escrita de contos, romances e etc, a partir de exemplos de autores do século XX, que utilizaram os conceitos de construção e desconstrução em suas obras.

Serviço:

Assimetrias do Tempo: a construção e a desconstrução na Moda, na Literatura e na Filosofia
Oficina da Palavra Casa Mário de Andrade – São Paulo, Rua Lopes Chaves, 546 – Barra Funda, Tel.: (11) 3666-5803
 Inscrições gratuitas pelo site www.oficinasculturais.org.br/programacao/ver.php?idoficina=8  até amanhã [27].

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