* Por Paulo Ribeiro *
Ô casa! Couo. Ô, tô bala, tô! O tão só, o porras. O nada a dano, à bruta, à turba,
curvou-se.
Ù! À sua causa eu quedo.
A ovar B.
Arte letra.
À la flauta e mofa.
Ô!, Luci dirá, o derrame. A nota rica.
A! Suplica.
O Demo dói, rala só. É.
Só deu que, à sua causa, ao seu calo, assim. E não? Seu ocaso a pó, tiloso. O tal
Eros, a face ai claro, má beleza ira.
A! Ria. Zele.
Bá, moral? Côa. É café. Só relato.
O solitário pão. Sacou? É só Ane.
Missa. Ó, lá. O céu soa. À sua causa eu quedo.
E o salário do medo? A clip USA, a Ci Ratona em “arredó”.
A! Ridículo. A fome atual fala.
Arte letra.
BRAVO! A!
O que deu, à sua causa, eu suo. Vruc: à bruta à turba o nado a nada.
Sarro. O só ato. O tal abotoou o casaco.
***
Ao tentar escrever um romance inteiro de trás para diante (com as palavras lidas de baixo para cima e o conteúdo permanecendo o mesmo, como o texto que está aí no alto) concluí que isto é impossível. Só se realiza um romance assim se for construído em blocos, de forma fragmentada para não “quebrar” a leitura inteira numa única página. Por isso, um texto assim fragmentado, na hora da impressão, só funcionará se for “gravado” em um só bloco, uma página que esgote em si o conteúdo.
E, como ao escrever nesta forma de palíndromo o autor é dominado ao bem entender do texto, aparecem traços soturnos mesclados com cenas cômicas, que é o que caracteriza a representação grotesca. E o grotesco, por sua natureza, não se oferece à reflexão como nos romances. É jogo rápido, uma só face, como na gravura.
(Quem se mete à experimentação precisa destas notas explicativas. Entenda aí, meu leitor).
*
Paulo Ribeiro é escritor, autor de Otal Eros Só. Osso Relato (Belas Letras, 2010), um livro palíndromo