Mais livros, menos papel

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Da redação *

“O e-book tornou-se realidade no Brasil com a chegada das grandes lojas internacionais em 2013”. A frase é do Tiago Ferro, idealizador do selo digital e-galáxia e explica um pouco do sucesso da editora, que acaba de completar um ano, com a marca de 100 livros publicados, em formato digital, naturalmente.

Vários destes livros constam na lista dos mais vendidos nas principais lojas do país, entre eles, The book is on the tablet, de Alberto Villas, primeiro autor da casa, os contos do selo Formas Breves (curadoria de Carlos Henrique Schroeder) e a autobiografia do apresentador de tevê Zeca Camargo. Falamos com Tiago sobre o projeto e os próximos lançamentos da casa.

Quando percebeu que era hora de criar uma editora digital?  O e-book tornou-se realidade no Brasil a partir de 2013 com a consolidação das grandes lojas internacionais no Brasil: Apple, Amazon, Google Play e Kobo. Ali nós percebemos que era o momento.

Qual foi a sua grande inspiração para o projeto da e-galáxia? Uma somatória de fatores: 15 anos de experiência no mercado editorial tradicional; a percepção de que havia chegado o momento do digital no Brasil; o desejo de fazer algo novo: por que não oferecer para autores independentes o mesmo nível de serviço e distribuição que ele teria numa editora de prestígio? Nascia a e-galáxia.

Poderia falar sobre as primeiras ações da editora? A primeira ação foi lançar a e-galáxia durante a Flip 2013. O astronauta da e-galáxia percorreu as ruas de Paraty para apresentar a novidade: mais livros, menos papel. Na Casa Folha, o best seller Zeca Camargo apresentava sua autobiografia que seria lançada com exclusividade por nós. Passada a Flip, começamos a trabalhar a assessoria de imprensa, conversar com as lojas e convidar autores e profissionais do mercado editorial para o projeto. 1 ano de pois, são 100 livros e uma autora na tenda principal da Flip 2014.

No começo, como fez para convencer o time bom de autores que reuniu de que o  projeto era consistente? O fato de trabalharmos há muito tempo no mercado editorial facilitou muito esse início. Os autores confiam quando sabem o que você já fez. A e-galáxia era uma grande novidade mas baseada em uma história sólida em edição de livros.

Quais as resistências que encontrou? Como fez para contorná-las? Há sempre os que não acreditam no seu projeto. Tivemos a sorte de topar com bem poucos. O digital ainda não está totalmente consolidado no Brasil. Contra essa resistência a gente tem oferecido livros de qualidade por preços muito baixos. Assim vamos avançando dia após dia.

Quais são as próximas ações da editora? Nosso foco continua sendo o estímulo à publicação independente de qualidade. Esse é o centro do nosso projeto. E seguirá sendo em 2015.

E os lançamentos previstos para 2015? A biografia do Millôr Fernandes, por Alberto Villas; Viajes, por Beatriz Sarlo; Correspondência, por Camille Claudel; o selo Formas Breves em espanhol e inglês e novos lançamentos pelos Selos Jota e Geleia Real.

Quem é o seu público hoje? O que ele quer? Meu público quer obras de qualidade. Quer fugir da avalanche de best sellers pré-fabricados. Quer ser surpreendido com incitavas criativas.

É possível ganhar dinheiro com uma editora digital? Sim.