* Da redação *

A complexa relação entre a capital amazonense e a floresta amazônica é o ponto de partida do livro Manaus de frente para a floresta, escrito pelo jornalista Sérgio Adeodato, com lançamento marcado para o dia 17 de maio, no Impact Hub Manaus. O livro-reportagem traz textos, fotos, dados e análises sobre os aspectos econômico, ambiental e social da metrópole, e os desafios para o futuro da Amazônia, região que se encontra no centro das discussões sobre mudança climática e desenvolvimento sustentável.

Como o manauara olha a floresta? Qual o papel da metrópole na agenda da bioeconomia? Como enfrentar os desafios da desigualdade social? Essas e outras questões inspiram o conteúdo do livro, que tem apoio da Prefeitura de Manaus, por meio do edital Conexões Culturais, da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), além da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam), Instituto Arapyaú, Uma Concertação pela Amazônia e Coca-Cola Brasil.

O objetivo do projeto é contribuir para o debate sobre as soluções e o futuro da Região Metropolitana de Manaus e suas diferentes realidades, com base em mais de 60 entrevistas junto a pesquisadores, ambientalistas, empresários, lideranças sociais, gestores públicos, empreendedores de inovação e ícones da cultura manauara na música, artes plásticas, gastronomia, arquitetura e cinema.

De acordo com Sérgio Adeodato, o projeto nasceu após uma longa história de reportagens e livros queproduziu sobre a Amazônia, em que Manaus foi porta de entrada e saída da floresta. “Neste livro revisitamos e revivemos reportagens feitas na região ao longo de décadas, como bagagem de conhecimento que credencia ao debate sobre a realidade amazônica. Construímos editorialmente as narrativas com ênfase em dar vozes aos atores locais, masculinas e femininas, jovens e antigas, tanto amazônidas como de forasteiros radicados em Manaus e especialistas de outras regiões com estudos nos diferentes temas abordados”, adianta o autor.

São quatro capítulos que remontam a história da convivência de Manaus com a floresta, incluindo desde as contribuições ancestrais das antigas populações amazônicas pré-coloniais que deram origem a Manaus até a história dos ciclos econômicos da borracha e da Zona Franca; a dimensão e presença da floresta na metrópole e as histórias de vida de quem migrou do interior ou permaneceu lá, na esperança de oportunidades como guardião da floresta

Entre os destaques, estão os desafios das desigualdades sociais e o papel dos coletivos urbanos, traduzido nas falas de depoimentos de lideranças de movimentos socioculturais da cidade.  Na obra, o autor apresenta dados como a existência de 30 mil indígenas na capital, a grande maioria em áreas de baixa renda. No total, são 50 aglomerados urbanos sem serviços públicos básicos, com desafios sociais diante da expansão desordenada da cidade. Segundo o MapBiomas, a zona urbana dobrou de tamanho em 35 anos no município, cujo território tem 80% de floresta. Quanto à relação com o verde, o livro revela novas pesquisas indicando que 72,6% dos manauaras acreditam que a Amazônia conservada aumenta a qualidade de vida da população.

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O jovem Ray e sua companheira Trice vivem em um mundo devastado e em ruínas, no qual a humanidade parece ter sido erradicada, sem qualquer outro sinal de vida. Essa é a premissa do novo lançamento da Editora Panini, líder do setor de publicações, Alma.

Um dos destaques do mangá de estilo sci fi é quando Ray sofre um “ataque do céu” e Trice intervém, revelando um incrível segredo de mais de 15 anos que dá início a uma jornada solitária e envolvente. O primeiro volume já está disponível no site da Panini. O livro tem 216 páginas e custa R$ 33,90.

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Em edição com capa dura e novo design, a Tordesilhas Livros relança a graphic novel Castelo de areia, do escritor francês Pierre Oscar Lévy e ilustrada pelo suíço Frederik Peeters. Voltada para o público adulto, a obra mescla ilustrações realistas e detalhadas com um texto elaborado para instigar reflexões sobre a passagem do tempo e a brevidade da vida de uma forma não tão romântica.

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Neste mês de maio, a editora DarkSide Books anuncia o lançamento de diferentes títulos ligados ao universo do cinema, true crime, bruxaria e terror. Em quadrinhos, o autor Pierre Christin e o ilustrador Sébastien Verdier contam a biografia do famoso escritor inglês George Orwell em “1903: Orwell”. No catálogo de livros, foram adicionados também “Ed Wood: Contos & Delírios”, uma coletânea rara de contos escritos pelo próprio Ed Wood Jr e ilustrados pela quadrinista Laerte. E os fãs de true crime não ficaram de fora: “Ossos do Ofício”, da antropóloga forense Sue Black, e “Anatomia True Crime dos Filmes”, do mestre Harold Schechter, chegaram para aumentar a coleção dos leitores com faro investigativo.

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É real a afirmação e que o escritor norte-americano H. P Lovecraft revolucionou a literatura de horror no início do século XX. Suas tramas, porém, só foram reverenciadas e apreciadas após sua morte e seu legado serviu para criar uma legião de apreciadores do gênero e serviu até para criar um princípio literário próprio: o “Horror Cósmico”, aquele onde o universo conspira sempre contra os interesses e anseios do protagonista. Todavia em sua obra não é difícil de encontrar passagens que apontam para o discurso supremacista, guarnecido de preconceito de raça, étnico e xenófobo. Para avaliar o papel desses discursos discriminatórios na obra de Lovecraft, o historiador Luis Otávio Canevazzi escreveu Horror de outro mundo: Um ensaio sobre o racismo em H. P. Lovecraft, lançado pela editora Telha.

O trecho em destaque pertence ao conto “Horror em Red Hook”, publicado em 1927 na revista Weird Tales. O caráter preconceituoso do autor para com o bairro e as pessoas que nele habitam se encontra nessas entrelinhas de maneira indiscreta, mas a mera exposição de passagens repugnantes não é o objetivo desse ensaio. Lovecraft foi um exímio criador de terror atmosférico dentro de seus contos, característica que lhe consagrou dentre outros escritores do gênero em sua época.

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Primeiro começa com um nome de um antigo conhecido, depois uma receita culinária, depois o que deveria comprar no mercado… Um ponto escuro surgiu na tomografia e Zvi Luria, septuagenário morador de Tel Aviv, em Israel, foi diagnosticado com demência. Nada pode ser mais doloroso a um judeu do que perder a memória, afinal, a história de seu povo está profundamente ligada ao ato de lembrar.

Engenheiro aposentado, Zvi Luria decide enfrentar o fantasma do esquecimento se jogando em um trabalho voluntário auxiliando a construir uma estrada em uma cratera no deserto israelense. No entanto, logo descobre que uma família palestina vive sob as ruínas do terreno onde o projeto seria realizado. Tal acontecimento levará Luria a enfrentar, de certo modo, toda a história do país e do conflito de décadas na região, e fatos que muitos optam por esquecer.

 O túnel, sucesso de crítica, mostra que o consagrado escritor A. B. Yehoshua (nascido em 1936) está no auge de sua carreira, aliando um humor mordaz de provocar gargalhadas com uma leitura crítica e multifacetada das questões políticas que cercam seu país e toda a cultura judaica do século XXI. O livro sai no Brasil pela DBA Literatura com tradução de Tova Sender.

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O aclamado clássico de ficção científica 2001: Uma odisseia no espaço, escrito por Arthur C. Clarke, já está disponível em áudio pela Storytel Brasil – uma das líderes globais em streaming de audiobooks e e-books. Exclusividade da plataforma, a novidade chega em celebração ao Mês do Orgulho Nerd.

Discutindo temas como evolução humana, inteligência artificial e existencialismo, a história, criada por Clarke a partir da versão cinematográfica homônima do diretor Stanley Kubrick, acompanha uma equipe de astronautas enviada à Júpiter na nave Discovery, que é totalmente controlada por um computador.

A obra é narrada por Mauro Ramos, dublador conhecido por fazer as vozes de personagens como o Pumba, de “O Rei Leão”, o Lumière, de “A Bela e a Fera”, do ogro Shrek e narrar os áudios de The Witcher e Agatha Christie. Quem assina a arte reimaginada da capa é o artista plástico Angelo Bottino.

“Considero ‘2001’ um marco na história do cinema e da literatura, então foi muito especial e desafiador dar voz a este clássico. Como é a primeira vez que essa trama será contada no formato áudio, acredito que conseguirá atrair novos fãs”, conta Mauro Ramos.

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A coletiva Palabreria, encabeçada pelas artistas pesquisadoras Fernanda Machado, Luiza Romão e Sofia Boito, vão mediar uma palestra com a escritora argentina Selva Almada, um dos maiores nomes de sua geração, no dia 11 de maio, quarta-feira, às 20h, com transmissão online pelo canal de Youtube da coletiva Palabreria. A conversa gira em torno do livro Garotas mortas, escrito por Selva, que está em processo de adaptação ao teatro pela coletiva Palabreria. A obra não-ficcional investiga três casos de feminicídio ocorridos na Argentina na década de 1980 e revela o quanto a situação de insegurança e violência contra a mulher não mudou com o tempo.

Selva Almada nasceu em Entre Ríos, Argentina, em 1973. Vem sendo considerada pelos leitores e pela melhor crítica uma das grandes revelações da literatura latino-americana. Tem romances e livros de contos publicados, entre eles o romance O vento que arrasa, editado no Brasil pela Cosac Naify em 2015.

A coletiva Palabreria nasce a partir de processos artísticos e práticas pedagógicas encabeçadas pelas artistas pesquisadoras Fernanda Machado, Luiza Romão e Sofia Boito. O encontro inicial se deu por meio do Projeto Espetáculo, na Fábrica de Cultura da Brasilândia, onde foram desenvolvidas duas peças de teatro em colaboração com cerca de 40 adolescentes: Díptico (2015) e Ponto de Fuga (2017). Em 2018, novamente, estiveram juntas para fazer a performance Scripta Manent, Verba Volant sob direção de Luiza Romão, na biblioteca do SESC Avenida Paulista.

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Após um longo hiato devido à Covid-19 e com protocolo de controle da pandemia, a Academia Brasileira de Letras retornará com as visitas guiadas gratuitas e abertas ao público nessa quarta-feira, 11 de maio. O agendamento é obrigatório e as escolas podem se inscrever, além de outras instituições. As visitas guiadas são uma forma de levar os visitantes a uma viagem no interior da sede da ABL, construção que é uma réplica do Petit Trianon francês, situado em Versalhes. Fatos são narrados e histórias curiosas da vida e obra dos Acadêmicos são contadas e cantadas por um grupo de atores profissionais. Elas serão realizadas todas às quartas-feiras das 14h às 15h (exceto feriados).

O agendamento deve ser feito de forma online. As vagas serão disponibilizadas a cada semana pelo site da ABL e os grupos não podem ultrapassar 50 pessoas. Das vagas disponíveis, 40 serão destinadas às escolas e 10 para o público geral. A idade mínima é de 12 anos. Quanto às inscrições das escolas, cada ingresso contempla um grupo de 40 pessoas.

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