Literatura
Foi o amor pela leitura que levou a jovem Maria Stockler Carvalhosa, juntamente com a diretora Daniela Thomas, a idealizar a Supersônica, nova editora especializada em audiolivros que surge com o objetivo de unir grandes títulos da literatura a grandes vozes
da cultura brasileira. Hoje com 21 anos de idade, Maria perdeu a visão aos 13, em decorrência de um erro médico. De lá para cá, ela tem vivenciado uma história de ausências de políticas públicas e privadas para as pessoas com deficiência visual, além da falta de acolhimento por parte da sociedade.
Maria constatou também uma lacuna no mercado brasileiro ao buscar por títulos de audiolivros que proporcionassem, além de uma experiência prazerosa, o acesso a obras de alta qualidade literária. Diante desse cenário, ela uniu forças com a escritora Beatriz Bracher, a cineasta Daniela Thomas e a produtora Mariana Beltrão para criar a Supersônica. Maria e Beatriz serão responsáveis pela curadoria do catálogo, Daniela pela diretoria artística e Mariana pela diretoria executiva. Juntas, elas planejam um caminho de inclusão e de fruição no mundo da literatura, programando-se para lançar cerca de 20 títulos nos dois primeiros anos da
editora. Conheça o catálogo aqui.
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Baviera tropical (Todavia), de Betina Anton, conta a história de Josef Mengele a partir da experiência pessoal da autora. A jornalista faz um minucioso trabalho de recuperação de memórias e de testemunhos, com entrevistas inéditas e propondo versões dos fatos até então desconhecidas. Ao reunir pontos de vista que vão desde um comandante do Mossad a pessoas que conviveram com Mengele no Brasil, a jornalista cria um quadro sobre a vida e a morte do nazista em nosso país. Analisando a sociabilidade de Mengele em sua Baviera Tropical, a autora apresenta a pergunta que permeia a obra: “Como isso foi possível?”. Esse questionamento fundamental é também um desafio e uma contribuição. Betina Anton nasceu em São Paulo. Já participou de grandes coberturas, como as guerras na Ucrânia e na Síria. Hoje, é editora de Internacional na TV Globo.
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A Biblioteca Parque Villa-Lobos, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, celebra seu 9º aniversário repleta de histórias marcantes. Desde sua inauguração até outubro deste ano, este importante centro cultural acolheu mais de 2 milhões de visitantes, emprestou aproximadamente 86 mil livros e promoveu cerca de 14 mil atividades, tanto presenciais quanto online. Para comemorar marcos tão significativos, a Biblioteca preparou para o dia 10 de dezembro uma programação especial repleta de atrações que dialogam com a música. São oficinas, vivências, intervenções artísticas, espetáculos, shows e contação de histórias que prometem fazer desta data tão importante um festival de sonoridades.
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A partir deste mês de dezembro, o jornal literário da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) inaugura uma nova fase. Ele deixa de ser jornal e se reinventa como revista, passa de 32 páginas para 72 páginas, vem com mais conteúdo editorial e novo projeto gráfico. A periodicidade mensal está mantida e não haverá mudança no preço de capa.
Já nas bancas, a “Pernambuco – Uma Revista de Literatura, do Livro e da Leitura” estreia com capa dedicada aos 40 anos do auto de Natal Baile do Menino Deus, na edição de número zero. “Não é experimental, é uma edição de teste, piloto, funciona para a gente avaliar o que pode ser alterado no nº 1”, explica o jornalista Mário Hélio Gomes de Lima, superintendente de Periódicos e Projetos Especiais da Cepe.
Entre as novidades da Pernambuco, ele cita um dossiê com mais de 30 páginas dedicadas ao mesmo assunto, que pode servir como material para professores trabalharem em sala de aula. “O dossiê traz um conteúdo mais profundo, mais longo, e será mantido em todas as edições, com um assunto diferente a cada mês”, informa Mário Hélio.
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A Ocupação Machado de Assis, da série Ocupação Itaú Cultural, faz um resgate detalhado sobre a vida e obra de Machado, seu processo criativo e amadurecimento do seu trabalho em tantos gêneros literários. Com concepção e realização do Itaú Cultural e curadoria da Gerência de Curadorias e Programação Artística da instituição, a Ocupação Machado de Assis fica em cartaz até 4 de fevereiro de 2024.
Com aproximadamente 100 peças a exposição reúne antigas fotografias, manuscritos originais, cartas, exemplares de sua obra e de seus escritores favoritos, além de primeiras edições de livros. Há também produções audiovisuais com leituras dramáticas de suas obras, depoimentos de estudiosos e uma série de outros objetos e atividades.
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deus e outros ópios (Mondru), de Rogério Bernardes, é um conjunto de poemas que refletem sobre a relação do homem com Deus e sobre a vida intrincada na oposição fé/descrença, esperança/desespero, júbilo/dor. Foi escrito como consequência de um período conturbado vivido no Brasil e no mundo, nos últimos anos, em especial com a pandemia de coronavírus e a tensão político-social vivida no país. É um livro sobre as várias buscas por algo que nos faça entender as contradições do mundo em suas correntes ora de fúria e espanto, ora de aparente paz. Em seus versos, podemos encontrar Deus em dimensões inimagináveis e, ao mesmo tempo, sentir a sua ausência em lugares e pessoas que insistem em falar dele e por ele. Dessa forma, o livro trata da realidade desértica de nossa existência, onde fé irracional e vazios conscientes convivem juntos, e onde criamos mitos na mesma velocidade com que nos destruímos no que temos de mais humano. Em um tempo de buscas por algum torpor que nos anestesie do mundo, o ópio maior acaba por ser a própria poesia, ainda que ela, às vezes, possa doer tanto quanto a vida.
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Teatro
Depois de estrear em agosto no Rio de Janeiro, o musical Viva o Povo Brasileiro (De Naê a Dafé) – foto -, produzido pela Sarau Cultura Brasileira e realizado pelo Sesc São Paulo, desembarca na capital paulista para uma temporada no Sesc 14 Bis, entre os dias 18 de novembro e 14 de janeiro de 2024. As apresentações acontecem no Teatro Raul Cortez, de quinta a sábado, às 19h30, e aos domingos, às 18h.
O espetáculo é uma versão musical para o romance “Viva o Povo Brasileiro”, uma das obras-primas do saudoso autor baiano João Ubaldo Ribeiro (1941-2014), vencedor dos prêmios Camões de Literatura e Jabuti. Esse livro poderoso ainda inspirou o samba-enredo da Império da Tijuca no Carnaval de 1987.
A versão teatral, dirigida por André Paes Leme, conta com 30 músicas originais compostas por Chico César, a partir de letras inspiradas ou que utilizam parte textual da obra de Ubaldo. Já a direção musical e a trilha original são de João Milet Meirelles (da banda BaianaSystem). No elenco, estão Alexandre Dantas, Guilherme Borges, Hugo Germano, Izak Dahora, Jackson Costa, Ju Colombo, Júlia Tizumba, Luciane Dom, Lucas dos Prazeres, Maurício Tizumba e Sara Hana.
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Apossinarmológuissi, em cartaz até 10/12 no teatro do Sesc 24 de Maio, é uma obra que desafia as convenções teatrais, uma exploração da expectativa de uma peça impossível de ser montada. É a memória de uma peça que nunca existiu, a busca incansável por uma obra utópica e a tentativa de desmontar a engrenagem metafórica que a sustenta. É um mergulho na busca pela essência da criação.
O espetáculo expõe os atores em um jogo de cena em que o “fracassar” se torna a própria essência da vida. Cada passo em direção ao desconhecido é uma afirmação da errância inerente ao artista. O processo se revela como o verdadeiro caminho, o coletivo como utopia essencial e o encontro como a proposta mais radical.
