Literatura

O podcast Cinco Minutos de Literatura, da escritora Ieda de Oliveira (foto) chegou ao seu 100° episódio, alcançando 50 países. “Comecei, muito modestamente, com seis ouvintes: eu, meu marido, meus dois filhos e as amigas, também escritoras, Adriana Lisboa e Andréa Del Fuego. Aos poucos, os colegas começaram a chegar, apoiando a iniciativa”, lembra a escritora, pesquisadora e compositora Ieda de Oliveira. Além da importante marca, o Cinco Minutos de Literatura, vale salientar ainda, já alcançou ouvintes em 50 países, através das principais plataformas de podcast: Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Breaker, Overcast, entre outras. Apesar do sucesso, não conta com patrocínio. É um trabalho voluntário que hoje objetiva, principalmente, a socialização da arte. “Nosso único intuito é ser um espaço de qualidade para a fruição de todos e, de forma rápida e simples, levar às pessoas os grandes autores da nossa literatura atualmente. Agradeço a todos que contribuíram e participaram.”

Ieda também lançou no ano passado, pela Editora Cuore, a coleção Danças do Brasil. Toda escrita em versos (redondilhas maiores), com ilustrações de Cecília Murgel e três volumes em capa dura, ela mostra o que nosso país tem de mais bonito: sua arte e suas tradições. Além disso, recentemente, lançou, pela mesma editora, Entre medos e segredos, para jovens de todas as idades. Nele, leva aos leitores uma questão vital, conforme diz, a do autoconhecimento.

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O poeta, ensaísta e tradutor Augusto de Campos será o “artista em destaque” deste ano na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que ocorre entre os dias 22 e 26 de novembro, no litoral fluminense. A organização do evento descreveu: “com segurança, que ele é o poeta vivo mais importante de seu tempo”. E acrescentou: “a homenagem a Augusto de Campos também é reveladora das possibilidades de atuação para a atividade intelectual incessante e corajosa do crítico, do poeta e do estudioso-leitor apaixonado, quando se são todas essas personas em uma”. Para celebrar essa grande homenagem, a Ateliê Editorial reedita a obra VIVAVAIA, que estava fora de catálogo desde 2018. O livro entra primeiro em pré-venda no site da editora, com desconto especial (De: R$298,00 – Por: R$199,00) e seu lançamento oficial acontece durante a festa literária em Paraty.

Com projeto gráfico do artista Julio Plaza (1937-2003), a nova edição traz também encartado um CD com quinze dos poemas que pertencem ao livro. Dez dessas músicas fazem parte do álbum Poesia É Risco, lançado em 1995, com arranjos musicais e sonorização de Cid Campos, filho do poeta: “A essas produções, Cid, que vem revelando extraordinária sensibilidade para responder à provocação sonora de poemas aparentemente inviáveis ao tratamento musical, me sugeriu adicionar mais cinco, inéditas, com poemas também abrangidos pela antologia. Reconstitui-se, dessa forma, algo que se perdera na segunda edição: a dimensão ‘verbivocovisual’ desde o início almejada pelo projeto concretista”, apontou Augusto de Campos. Nas faixas do álbum estão musicados, entre outros, os poemas ‘Rever’, ‘Ovonovelo’, ‘Cidade city’, ‘O anti-ruído’ e ‘O quasar’.

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Em Baviera tropical (Todavia), Betina Anton conta a história de Josef Mengele. A partir de sua experiência pessoal, a jornalista faz um minucioso trabalho de recuperação de memórias e de testemunhos, com entrevistas inéditas e propondo versões dos fatos até então desconhecidas. Ao reunir pontos de vista que vão desde um comandante do Mossad a pessoas que conviveram com Mengele no Brasil, a jornalista cria um quadro sobre a vida e a morte do nazista em nosso país. Analisando a sociabilidade de Mengele em sua Baviera Tropical, a autora apresenta a pergunta que permeia a obra: “Como isso foi possível?”. Esse questionamento fundamental é também um desafio e uma contribuição. A partir dele, a autora nos ajuda a pensar o Brasil e a entender não apenas Mengele, mas também os destinos e as estradas que temos escolhido para nós mesmos.

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São as situações mais corriqueiras que inspiram as crônicas autoficcionais de Branca Lescher reunidas no livro Só tem 39, publicado pela Editora Patuá. A escritora, que também é compositora, cantora, advogada e mediadora, gosta de se aventurar pelo mundo, sem medo de ser feliz. E os seus textos refletem sua personalidade curiosa e destemida.  

“Não me importo em mostrar minha fragilidade, meus defeitos e minha humanidade. Expor que eu tenho inveja, que eu fico sem graça. Gosto de explorar as vicissitudes da vida. As histórias presentes no livro aconteceram comigo, mas eu dei uma pequena floreada”, detalha a autora.  

Casada por 32 anos, ela precisou se reinventar após o divórcio: como imaginar um cotidiano sem o parceiro? Como voltar a paquerar? Esses e outros dilemas relacionados estão muito bem descritos nas crônicas O Primeiro Encontro a Gente Nunca EsqueceEmoções em CampoPaquera e Sweet Motel.

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Concerto

Conhecidas por suas vozes excepcionais e interpretações emocionais marcantes no mundo da ópera, as sopranos Maria Callas, de origem greco-americana, e Victória de Los Angeles, nascida em Barcelona, fariam 100 anos em 2023. Com um legado significativo para a riqueza e a diversidade do repertório operístico, suas gravações e performances ao vivo continuam a ser apreciadas por fãs de música clássica e ópera, assim como estudadas em conservatórios e escolas de música em todo o planeta.

 E para marcar o ano em que as cantoras completariam um século de existência, o Theatro São Pedro realizará dois concertos em homenagem às artistas. As apresentações acontecerão em 4 e 5 de novembro, com a Orquestra do Theatro São Pedro tendo a parceria da CIA São Paulo de Ópera, e participações da soprano Maria Gerk e do tenor Daniel Umbelino, sob regência do maestro Flávio Lago, trazendo obras de Vincenzo Bellini (1801-1835) e Jules Massenet (1842-1912).

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Teatro

Com um time criativo composto inteiramente por mulheres, o espetáculo “A Ira do Afeto” cumpriu curta temporada com sessões esgotadas logo após a primeira apresentação. A peça retorna aos palcos para três apresentações no Espaço Parlapatões dias 7, 8 e 9 de novembro, de terça à quinta-feira, 20h. O espetáculo foi idealizado por Débora Veneziani, que também está em cena. A direção é de Rafaela Azevedo, atualmente em cartaz com o sucesso King Kong Fran, a direção musical é de Dani Nega e a dramaturgia é de Rafaela com Carla Zanini. 

A “Ira do Afeto” é um mergulho na luz e nas trevas dos relacionamentos afetivos, colocando uma lente de aumento nas tendências humanas a partir da ótica de uma palhaça que mantém comportamentos extremos e vive sempre no limite. O espetáculo é fruto de uma extensa pesquisa da atriz e bailarina Débora Veneziani sobre pressões sociais impostas às mulheres e questões de saúde mental implicadas ao gênero. Apoiada na linguagem de máscara cômica a personagem inverte o ponto de vista da normatividade fazendo o público questionar: do que se ri?

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Um ato heroico e humanitário em plena Segunda Guerra Mundial é retratado pela peça Desobediência, texto inédito de Renata Mizrahi livremente inspirado no livro “Passaporte para a Vida”, de Yukiko Sugihara. O espetáculo, dirigido por Regina Galdino, estreia no dia 2 de novembro, às 21h no Teatro Arthur de Azevedo.

A peça foi idealizada por Rogério Nagai, que também está no elenco ao lado de Beatriz Diaféria, Carla Passos e Ricardo Oshiro. A montagem faz parte do projeto do Coletivo Oriente-se, em coprodução com a Nagai Produções Artísticas e Culturais.

A trama narra de forma não-linear a jornada de Chiune Sugihara, um representante do consulado japonês na Lituânia que, em plena Segunda Guerra Mundial, forneceu de forma não autorizada mais de 2 mil vistos para judeus refugiados da Polônia ao longo de 20 dias, desobedecendo às ordens do Japão – que participava do Eixo, aliança com a Alemanha nazista e a Itália fascista.

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Artes

O Museu de Arte Moderna de São Paulo anuncia Germano Dushá e Thiago de Paula Souza como curadores do 38º Panorama da Arte Brasileira, que será exibido entre outubro de 2024 e janeiro de 2025. O título desta edição, Mil graus, indica o objetivo da curadoria em traçar um horizonte multidimensional da produção artística contemporânea do Brasil, a fim de elaborar criticamente a realidade atual do país sob o senso de urgência e a capacidade de transformação do que eles denominam um “calor-limite” – temperatura em que tudo derrete, desmancha e se transmuta.

“O Panorama da Arte Brasileira é uma mostra fundamental na história do MAM e um marco na história da arte do país. A cada edição, a exposição bienal apresenta projetos que contribuem para o debate de questões latentes da arte contemporânea”, comenta Elizabeth Machado, presidente do MAM São Paulo.

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Cinema

Para quem não conseguiu ingressos para o show da Taylor Swift, que desembarca no Brasil neste mês, ou para aqueles que desejam ter um gostinho do que está por vir nos dias 24, 25 e 26 de novembro no Allianz Parque, em São Paulo, o Cine Marquise vai exibir o filme musical “Taylor Swift: The Eras Tour”, no final de semana do feriado, de 3 a 5 de novembro.

Com recordes de bilheteria nos cinemas dos Estados Unidos, o longa da turnê será exibido na sala 1 do Cine Marquise, com o sistema de som completo Dolby Atmos, composto por 48 canais de saída de áudio, incluindo 16 no teto, proporcionando uma experiência que permite sentir o som em 360º e criando uma perspectiva mais realista e impactante. A sala ainda conta com 370 lugares, projeção a laser e tela perolizada, gerando um ambiente similar ao do show ao vivo.

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