Se houvesse a ascensão de um novo governo totalitarista análogo ao nazismo, em quem você confiaria para te esconder? Esse questionamento é um dos pontos de partida para a criação do espetáculo, “O Jogo de Anne” (foto), com direção de Heitor Goldflus, que cumpre sua temporada de estreia na Oficina Cultural Oswald de Andrade, entre hoje (1º de junho) e dia 17. O elenco traz Alexandre Roit, Dinah Feldman, Ernani Sanchez e Rita Pisano.

A montagem é inspirada no conto “Do que a gente fala quando fala de Anne Frank”, do autor novaiorquino Nathan Englander. “O texto foi uma descoberta, ao acaso. Como judeu ateu que sou, assuntos de caráter judaico que questionam a religião e seu “uso” me interessam. Mas, acima de tudo, o conto é humanista, a partir do atrito entre referências judaicas laicas e ortodoxas”, revela o diretor Heitor Goldflus.

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O díptico teatral “Vista para as Montanhas” e “Um Passeio no Bosque”, ambas do norte-americano Lee Blessing, são encenadas ao mesmo tempo pela primeira vez no mundo, no Teatro Cacilda Becker, de 2 a 25 de junho.

Desde 2019, Blessing e o ator Beto Bellini (também produtor dos espetáculos) vem trocando impressões sobre o espelhamento da polaridade ideológica entre EUA e Brasil e a relevância das peças no cenário atual. O que motivou a realização deste projeto.

“Vista para as Montanhas” ganha montagem inédita dirigida por Pedro Granato (também encenador do espetáculo “Veraneio”, sucesso de público e crítica, em cartaz no Teatro Faap) e elenco é composto por Beto Bellini, Gustavo Merighi, Lena Roque, Samya Pascotto e Pedro Miranda. A trama se passa em 2014, 30 anos depois do primeiro ataque nuclear e da construção da profunda e respeitosa amizade entre os dois diplomatas. Em sua casa em Hudson, Nova Iorque, John e sua esposa Isla recebem em casa Will e Gwynn, o filho do primeiro casamento dele e a sua nora.

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O ator Aury Porto estreia no universo da autoficção sob a direção de Janaina Leite e dramaturgia de Claudia Barral. No solo “Meu nome: mamãe”, que chega aos palcos dia 8 de junho, quinta-feira, às 18h, no Auditório do Sesc Pinheiros, o ator fala sobre a sua convivência com a mãe de 89 anos, que vive com Mal de Alzheimer há 15 anos.

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Criado no contexto das comemorações aos 100 anos do autor baiano Dias Gomes (1922-1999), o premiado “O Bem Amado Musicado”, dirigido por Ricardo Grasson, reestreia no dia 3 de junho no Teatro FAAP. O espetáculo segue em cartaz até 30 de julho, com apresentações às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h.

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De 02 a 04 de junho de 2023, “O Arquiteto e o Imperador da Assíria”, do Grupo Garagem 21 faz últimas apresentações gratuitas no Teatro Alfredo Mesquita. Mais recente montagem do clássico escrito em 1967 pelo dramaturgo espanhol Fernando Arrabal, a obra é uma das peças fundamentais da reflexão sobre o pós-guerra e o totalitarismo que culminou no confronto. Na temporada atual, Helio Cicero segue na interpretação do Imperador, enquanto o personagem do Arquiteto passa a ser interpretado pelo ator Pedro Conrado. A direção é de Cesar Ribeiro.

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Sucesso de público e crítica, o espetáculo “A Pane”, inspirado no conto do escritor suíço Friedrich Dürrenmatt, faz curta temporada no Teatro Itália, a partir do dia 7 de junho, quarta-feira, 20h. Dirigida por Malú Bazán, a montagem traz no elenco Antônio Petrin, Oswaldo Mendes, Heitor Goldflus, Roberto Ascar, Cesar Baccan e Marcelo Ullmann. Ao chamar o seu conto “A Pane” – depois transformado em teatro -, Dürrenmat não estava pensando apenas na falha mecânica de um Jaguar, evento que leva o protagonista a uma situação inesperada. A pane também diz respeito ao próprio mundo, que é repleto de imperfeições e catástrofes, falhas da justiça, culpas e desculpas.

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“Uirapuru”, um espetáculo concebido pelo coreógrafo Marcelo Evelin, inspira-se nas entidades míticas das matas brasileiras, essa produção nos leva a um universo selvagem e encantado. No centro da história está o Uirapuru, o pássaro icônico conhecido como o “cantor da floresta”. Sua lenda indígena envolve o encantamento de um amante transformado em uma rara ave, cujo canto é capaz de enfeitiçar. Após temporada em Teresina (Piauí), Montpellier (França) e Porto (Portugal), o espetáculo chega ao Teatro Anchieta do Sesc Consolação, no dia 9 de junho, às 20h.

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