Por Viviane Ka *
Correndo marginalmente ao grande mercado editorial, ainda é possível publicar livros em edições artesanais, alternativas, como objetos de arte. E lançá-los em galerias, espaços alternativos, coletivos e bancas de revista. Exemplo disso é Submarine Labyrinth, segunda obra do músico e compositor Katz Rochlitz, com lançamento no sábado (dia 12), a partir das 19 horas, no Sociedade Urbana (Praça Dom José Gaspar 106, Piso 2, Loja 28, 01046-912, São Paulo).
O livro é definido pelo autor como uma aventura em letras a serem musicadas. São como palavras mágicas para trilhas imaginárias, criando imagens de significados anímicos inesgotáveis.
Esses breves contos de fada góticos que cruzam referências de teatro, filmes e música resultam em um dark book cabaret. PJ Harvey e Bertold Bretch tecem inspirações sem medo da escuridão. Para Katz, os corações se conectam através da dor.
A atração pelo mistério e oculto levou o autor a se aventurar em terras escocesas, perdendo-se em labirintos submarinos de paisagens ancestrais. O fluxo exterior provoca o ritmo do fluxo interior, derramados nesses sortilégios escritos. Sentimento puro em terras desconhecidas.
A escolha de escrever em inglês faz parte da atração do autor pela musicalidade da língua que conversa diretamente com o projeto gráfico do designer editorial André Lenz.
Ilustrado com gravuras de artistas do Renascimento ao século XIX, o livro segue a tradição de publicações alemãs e inglesas, como se fosse um pequeno guia medieval de magia e feitiço.
Submarine Labyrinth, de Katz Rochlitz (edição e projeto gráfico, André Lenz, 88 págs., tetxo em inglês )
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Viviane Ka é escritora e editora da São Paulo Review