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Contemporâneo e inconformista, mas sem abdicar do lirismo, Bastante aos gritos é o quarto livro do acreano Cesar Garcia Lima, poeta, professor e jornalista, lançado pela editora carioca 7Letras. A obra reflete uma profusão de vozes em busca de afirmação no Brasil atual, em uma escrita que evidencia seu cosmopolitismo, ao mesmo tempo que evoca a origem amazônica do autor.

Nas palavras da escritora Adriana Lisboa na orelha do livro: “Neste mundo aos gritos, a poesia reitera sua capacidade de estar junto da dor, sem desviar os olhos ou tampar os ouvidos.”

Bastante aos gritos está dividido em cinco partes que, segundo o autor, podem ser vistas como livros independentes:

– “Agora interminável” tem como mote a revolta diante da realidade (‘Conversemos sobre o agora./ Deixe o medo perder/ a força’, de “O cervo na planície gelada”);

– “Nome aos boys” recorre à autoironia para abordar encontros e desencontros (‘O amor da minha vida/ se mudou para o deserto/e sequer tenho seu endereço’, de “Segundo São João”);

– “Personas” radiografa cenas da vida urbana (‘a gente vive assim / sempre sempre/ usando a máscara do medo/ como se o carnaval/ durasse tanto’, de “Mascarada”);

– “As cidades da memória” revela poemas de viagem (‘Estive na Suécia/ e lembrei-me de sofrer”, de “Bergman”);

– “Autorretrato em fuga” exerce uma lírica pouco complacente (‘sofro porque/ sou fictício’, de “Versão impressa”).

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Bastante aos gritos, de Cesar Garcia Lima (7Letras, 124 págs.)