Da redação *

Em Brochadas [editora Rocco], o escritor mineiro Jacques Fux propõe, como ele mesmo diz, uma “Ilíada da impotência”, remontado ao passado da humanidade e a suas próprias origens judaicas em busca de respostas culturais, sociais, biológicas, místicas, artísticas e etimológicas para uma questão milenar: o funcionamento do pênis.

Ao mesmo tempo em que medita sobre o fato pelo qual todos passamos, a brochada, o autor mergulha em lembranças de seus amores passados – ou, mais especificamente, em seu currículo de brochadas – para traçar aquilo que chama de “autoanálise ficcional selvagem”. Assim, resgata relacionamentos com Agnes, Alice, Carla, Juliana, Jacqueline, Deborah, Sarah e Leah, e transforma as suas musas em coautoras da obra.

O que é recordação e o que é fantasia? Em que momento o autor Jacques Fux sai de cena para abrir espaço a Jacques Fux, figura dramática? O que foi idealizado e o que foi de fato vivido? Não há respostas, pelo contrário: a intenção é exatamente confundir, provocar.

Desde a abertura – onde deixa registrado que tudo ali “é verdade, exceto o que não invento” –, ele joga com os conceitos de metalinguagem e autoficção enquanto, evocando nomes como os de Flaubert e Montaigne, tece uma análise pungente e irônica do “eu” na literatura.

*

Serviço:

O lançamento em São Paulo acontece na quinta–feira, dia 20, na Livraria da Vila, na Rua Fradique Coutinho, 915, a partir das 19h. Após a seção de autógrafos, haverá bate–papo entre o autor e a escritora Márcia Tiburi.    

A imagem que ilustra este texto é da artista Márcia X. 

Tags: