Literatura
Em Animalidades: zooliteratura e os limites do humano (editora Instante), Maria Esther Maciel amplia as reflexões sobre a questão dos animais na literatura e lança luz sobre nossa interação com eles por meio de uma análise abrangente de obras clássicas e contemporâneas, nacionais e estrangeiras. O livro se detém nas subjetividades não humanas no âmbito da filosofia, da etologia e da literatura, entre outras áreas do conhecimento, com incursões em narrativas e poemas que priorizam o ponto de vista animal, seja na forma de um “eu” poético, seja na apresentação dos bichos como protagonistas e/ou narradores, em interação paradoxal com os humanos.
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Considerado por muito tempo um “romance esquecido” de Machado de Assis, Casa Velha foi a única narrativa não publicada em forma de livro enquanto o autor era vivo. Lançada primeiramente como folhetim entre 1885 e 1886 pela Revista Carioca, a obra que é um retrato dos traços da primeira fase literária do autor, permaneceu no esquecimento durante décadas até ser resgatada, em 1943, por críticos literários e pesquisadores.
Com uma nova edição integral revisada pela Via Leitura, selo do Grupo Editorial Edipro, nesta obra o leitor acompanha as lembranças de um padre que investiga documentos sobre o Primeiro Reinado na residência de um falecido ministro: ele descobre uma história de amor incestuosa entre o herdeiro Félix e a agregada da casa, Lalau e faz um balanço das perdas e ganhos dessa paixão.
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No dia 4 de maio, na Biblioteca de São Paulo, o Ateliê de Criação Literária convida escritores iniciantes, estudantes e amantes da literatura para uma aula aberta com a escritora Luci Collin. A atividade aborda o percurso literário e a realização dos livros da escritora, com destaque para estratégias criativas e técnica autoral. Mediação de Olyveira Daemon. A partir de 18 anos.
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Apesar desta 18ª edição do Flipoços, em Poços de Caldas, não contar com o tradicional Espaço Sesc Flipocinhos, exclusivamente dedicado às crianças pequenas, o Sesc Minas, não deixará de oferecer uma rica programação para as crianças e jovens.
A programação infantil e juvenil conta ainda com a participação do grupo A Recreativa que vai oferecer atividades na Biblioteca e também com a Sicredi com as atividades voltadas para educação financeira diariamente com um espaço próprio e duas sessões por dia e entrega dos gibis da Turma da Mônica.
Segundo a curadoria do festival, sempre houve uma preocupação especial em relação à formação de público infantil e juvenil. “Nós temos um compromisso muito particular e importante com as crianças e jovens, conta Gisele Ferreira, curadora do Flipoços. Sabemos do nosso papel fundamental na formação de inúmeras gerações e como este ano o festival passa por reformulações, estávamos preocupados com a continuidade do atendimento às crianças e jovens das escolas e no geral. Felizmente, o Sesc Minas, a Recreativa e a Sicredi estão conosco e cada um deles preparou uma programação incrível para este público tão especial para nós”, enfatiza ela.
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Teatro
A influência do agronegócio na sociedade brasileira atual e o aumento acelerado do conservadorismo que cerca este posicionamento político são alguns dos temas de Agropeça, nova montagem do Teatro da Vertigem. A temporada acontece no Galpão do Sesc Pompeia, de 4 de maio a 11 de junho de 2023, de quarta a sábado às 20h, e domingo às 17h – os ingressos ficam disponíveis para venda no site do Sesc.
Dirigida e concebida por Antonio Araújo, com texto final de Marcelino Freire, co-direção de Eliana Monteiro e luz de Guilherme Bonfanti, o novo trabalho do Teatro da Vertigem investiga a tendência conservadora e reacionária atual e a relação do agro como forma de linguagem.
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Uma reflexão sobre o papel da mulher na sociedade é o que propõe o solo “Sonhos Roubados”, protagonizado pela atriz Mariana Loureiro (foto), que estreia no dia 6 de maio na Casa Teatro de Utopias. A peça, com direção de Zé Pereira e Luiza Magalhães, segue em cartaz até o dia 21 do mesmo mês, com apresentações aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h.
Arte
O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo inaugura o Programa de Exposições 2023 com a mostra Bará, do artista mineiro Gustavo Nazareno, sua primeira individual em uma grande instituição paulistana. A realização tem
Com curadoria de Deri Andrade, pesquisador e curador convidado, o conjunto composto por cerca de 130 trabalhos, entre pinturas a óleo sobre linho e desenhos em carvão, reflete a pesquisa à qual o artista tem se dedicado nos últimos anos. Em 2019 Nazareno concebeu a série de desenhos em carvão denominada Bará, como uma cerimônia em forma de oferenda para uma qualidade de Exu – Elegbara. Partindo das suas inspirações por contos de fada, fabulação e sua fé em Exu, o artista propõe, através dos desenhos, “uma fábula que percorre o dia em que esta cerimônia aconteceu, uma segunda-feira, dentro de um mundo criado para o Orixá”. O artista propõe que “o visitante se torna um convidado neste mundo que crio, passando pelas fases do dia e características do espaço retratadas em pintura e desenhos em carvão”.
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Cinema
Estão abertas as inscrições de filmes que tenham interesse em participar das seções Competição Novos Diretores, Perspectiva Internacional e Mostra Brasil, da 47ª. Mostra, que será realizada presencialmente em salas de cinema da cidade de São Paulo, no período de 19 de outubro a 1º. de novembro de 2023. O regulamento para inscrições está no site da mostra.
Também está disponível no site a campanha Patronos da Mostra, com três modalidades de planos que contemplam várias contrapartidas. O programa, criado pelo grupo Amigos da Mostra com o intuito de fortalecer a importância do evento para o setor, teve 100% de adesão do mercado audiovisual na edição anterior.