Literatura

A escritora, dramaturga, roteirista e professora Priscila Gontijo, autora dos romances Peixe Cego (finalista do Prêmio São Paulo de Literatura em 2017) e O Som dos Anéis de Saturno (semifinalista do Prêmio Oceanos em 2021), lança seu primeiro livro de contos, Animais Submersos, pela editora Quelônio, no Rio de Janeiro, na Livraria da Travessa de Ipanema no dia 27 de abril, quinta-feira, 19h. O projeto do livro foi contemplado pelo ProAC – Programa de Ação Cultural nº 19/2021. Composto por 17 narrativas breves, o livro foi escrito, em sua maior parte, durante a pandemia de coronavírus como uma necessidade radical de interlocução.

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A editora Nova Fronteira, casa de grandes autores nacionais, como Carlos Heitor Cony, Ariano Suassuna, Nelson Rodrigues, Alberto da Costa e Silva, Evanildo Bechara e o próprio Rubem Fonseca (1925-2020), reedita em abril mais um famoso título do mestre da literatura policial no Brasil: O Caso Morel. Com novo projeto gráfico particularmente convidativo, o primeiro romance de Rubem Fonseca conta agora com prefácio inédito de Mateus Baldi e retoma o posfácio do jornalista Sérgio Augusto, que trata da recepção do livro em 1973.

O livro apresenta Paul Morel, um artista de vanguarda que está preso pela suspeita de assassinato de uma de suas namoradas. Um dia, ele recebe a visita do ex-delegado Vilela, que o auxilia a escrever o manuscrito de um romance confessional ou biografia malograda. Logo, Vilela passa a enxergar semelhanças entre a vida do artista e a sua própria.

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Depois de adquirir a Editora Alaúde e a Faria e Silva, o Grupo Alta Books assinou na última terça-feira (18) o contrato de aquisição de outra importante casa editorial: M.Books. Com a compra, o conglomerado aumenta a participação no mercado de não-ficção, que somados todos os ativos do grupo chegam agora a mais de 1,8 mil títulos.

Há mais de 20 anos no mercado editorial, a Alta Books prevê editar e publicar mais de 300 livros no próximo ano, que serão publicados por onze selos de diferentes segmentos editoriais, que incluem Alta Books, Alta Novel, Alta Cult, Alta Life, Alta Geek, além das editoras Alaúde, Tordesilhas, Faria e Silva, HQueria, Camaleão e, agora, M.Books.

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A Editora Ercolano lança neste mês seu primeiro título: A menina que não fui (La Fille manquée, 1903), de Han Ryner. Inédito em língua portuguesa, a edição brasileira foi traduzida diretamente do francês a partir da reedição francesa de 2012 (Gay-Kitsch-Camp), documentada e comentada por Marie-France David-de Palacio e Patrick Cardon.

 A edição da Ercolano abre com o prefácio de João Silvério Trevisan, intitulado “O Menino que era Rainha” em alusão à ascensão e ao declínio do protagonista François de Taulane, apelidado de “mulherzinha” e “rainha Françoise” pelos colegas que por ele sentiam tanto desprezo quanto atração. O olhar de Trevisan traz elementos-chave para atualizar a discussão sobre A menina que não fui, ressaltando sua pertinência para a contemporaneidade.

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Arte

No dia 27 de abril, o MAM São Paulo faz o lançamento do catálogo da exposição Ianelli 100 anos: o artista essencial, que celebra o centenário de Arcangelo Ianelli, com textos em português e inglês, e a reprodução integral de imagens das obras da retrospectiva. A publicação reúne textos assinados por Elizabeth Machado, presidente do MAM; Cauê Alves, curador-chefe do Museu; Denise Mattar, curadora da exposição; do crítico Mário Pedrosa, e do historiador de arte Giulio Carlo Argan – o artigo deste último, inclusive, é inédito no Brasil -, além do poema Arcangelo Ianelli – no limite do ver, de Ferreira Gullar. Também estarão na publicação uma cronologia e um currículo do artista, além de vistas dos objetos que usava em seu ateliê. A mostra Ianelli 100 anos: o artista essencial fica aberta ao público até 14 de maio, na Sala Milú Villela, e o catálogo estará à venda na loja física MAM.

A trajetória de Arcangelo Ianelli está entrelaçada com a do MAM. Figura assídua desde o início da história do museu, o artista teve sua primeira exposição individual na instituição em 1961, pelas mãos de Mário Pedrosa, e a partir de 1969, participou de seis edições do Panorama de Pintura, sendo premiado em 1973. Em 1978, sua retrospectiva no museu reuniu mais 160 obras e recebeu o prêmio de melhor exposição do ano pela ABCA – Associação Brasileira dos Críticos de Arte.

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Cinema

Vencedor do Urso de Prata de Melhor Curta-Metragem do Júri Internacional no Festival de Cinema de Berlim de 2022, “Manhã de Domingo” (foto) estreia com exclusividade no Curta!. Inédita, a produção será exibida pela primeira vez na TV brasileira na “Sessão Porta Curtas”, espaço dedicado ao formato na programação do canal. Além de Berlim,

Dirigido por Bruno Ribeiro (“BR3”, “Gargaú”, “Pele Suja, Minha Carne”), o curta-metragem “Manhã de Domingo” conta a história de Gabriela, uma pianista que se prepara para um importante concerto. No entanto, sofrendo com a perda recente de sua mãe, ela tem dificuldade em se concentrar nos ensaios. Em uma manhã de domingo, Gabriela decide fazer uma viagem pelo interior do Rio de Janeiro, na tentativa de se reconciliar com seu passado e superar a dor do vazio.

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Teatro

O Teatro Sérgio Cardoso recebe o monólogo “O diabo na rua, no meio do redemunho”, peça adaptada da obra Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, idealizada pelo ator e pesquisador da obra de Rosa, Gilson de Barros, que também está em cena. A direção é de Amir Haddad. Com estreia marcada para 28 de abril, o espetáculo integra a Trilogia Grande Sertão: Veredas, estudos do ator e diretor sobre a obra de João Guimarães Rosa, considerado um dos maiores escritores brasileiros do século 20.

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A CompanhiaDaNãoFicção, que há 16 anos vem investigando as várias possibilidades de criação dentro das práticas performativas em diálogo com os centros urbanos, estreia o espetáculo performativo sensorial FIM DE FESTA: Um Mergulho para Remixar a Realidade. A experiência auditiva binaural ganha temporada de 4 a 28 de maio, quinta-feira a sábado às 21h e domingo às 20h, no Centro Cultural São Paulo e tem foco na escuta, na abertura dos sentidos e na convocação da presença do público em diálogo com a poética do espaço e da iluminação.

 Com concepção e direção de Fabiana Monsalú – uma das fundadoras da CompanhiaDaNãoFicção – e dramaturgia de Camila Damasceno com assistência de Beatriz Belintani, FIM DE FESTA: Um Mergulho para Remixar a Realidade tem design sonoro de Renato Navarro, iluminação de Junior Docini, poética do espaço assinada por Marisa Bentivegna e atuação de Hercules Morais e Magno Argolo. No trabalho, que narra de maneira não-linear um momento de ruptura, o público, munido de aparelhos de MP3 e fones de ouvido, circula pelos espaços de um apartamento recriado no Piso Flávio de Carvalho do Centro Cultural.

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