Literatura

Um dos principais autores contemporâneos da Língua Portuguesa, Mia Couto, estará em Ribeirão Preto nos dias 16 e 17 de agosto, durante a realização da 22ª edição da Feira Internacional do Livro (FIL). Será a terceira participação do escritor moçambicano no evento. Em 2021, participou remotamente do projeto Recortando Palavras e, no ano seguinte, fez uma conferência, também on-line, diretamente de Maputo, capital de Moçambique, onde vive.

Mia Couto tem 68 anos. É biólogo, jornalista e autor de mais de 30 livros, entre prosa e poesia. Seu romance “Terra sonâmbula” é considerado um dos 12 melhores livros africanos do século XX. Recebeu uma série de prêmios literários, entre eles o Camões, em 2013, o mais prestigioso da Língua Portuguesa; o Neustadt International Prize, em 2014, e foi indicado para o Man Booker International Prize de 2015. É membro correspondente da Academia Brasileira de Letras e tem suas obras publicadas no Brasil pela Companhia das Letras. Seu livro mais recente é “As pequenas doenças da eternidade”, um volume de contos que tem relação com a pandemia de Covid-19 e com a infância do autor em Beira, a quarta maior cidade de Moçambique, na África.

A conferência com Mia Couto será realizada no dia 16 de agosto, às 19h30, na Sala Principal do Theatro Pedro II, com mediação da escritora Aline Bei, autora de “O peso do pássaro morto”, vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura (2018) e do Prêmio Toca, e de “Pequena coreografia do adeus”.

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Baseada nas violências que o sobrinho sofreu na escola, Zenilda Vilarins Cardozo escreveu Meu menino colorido, para levar mensagens positivas aos jovens em situações semelhantes e também para alertar famílias e escolas sobre a necessidade do combate ao preconceito. Na história infantojuvenil, um garoto pensa em desistir de tudo após ser vítima de LGBTfobia, mas é salvo pelo amor da mãe.

Pedagoga que atuou durante mais de duas décadas no ensino público, a autora aponta a necessidade de implementação de projetos educacionais relacionados à diversidade e firma compromisso de tratar de luta antirracista, diversidade sexual e feminismo com crianças e adolescentes.

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Os escritores e poetas cariocas Kátia Bandeira de Mello e Leandro Jardim se juntaram para lançarem em São Paulo na próxima semana seus mais recentes livros “A Patafísica do Quadrado, um romance na rota das galochas” (Confraria do Vento) e “Edifício” (Editora Patuá), respectivamente.

Depois de um hiato de seis anos, Leandro Jardim, poeta e também letrista, apontado pelo Caderno B, Jornal do Brasil como uma das promessas da geração 00, traz em “Edifício” uma coleção de versos ácidos, críticos e aguçados construídos numa combinação de ironia e lirismo, munida de elementos metafísicos, refletindo os tempos atuais. Guardando o infinito, o “Edifício” de Jardim contém os silêncios, a solidão, a falta de diálogo, a violência gerada pela velocidade, problemáticas da era digital com as quais o leitor se identificará de primeira.

Radicada nos EUA desde 1998, Kátia Bandeira de Mello é uma das raras vozes femininas brasileiras dedicadas ao surrealismo e à tradição literária latino-americana. Em “A Patafísica do Quadrado”, Bandeira homenageia Alfred Jarry, propulsor da patafísica.  Nas palavras do crítico literário Alexandre Kovacs, a autora “apresenta um criativo exercício de intertextualidade ao utilizar como inspiração uma série de gêneros literários e autores de diferentes épocas como François Rabelais e Roberto Bolaño” , com narrativas burlescas e um humor nonsense como no teatro do absurdo. O livro conta com orelha especial pelo editor da revista Philos, Jorge Pereira.

O evento acontece com apresentação do professor de Literatura Sérgio Roberto Montero Aguiar, sexta feira, 23 de junho, das 19h às 22h, na Patuscada, em Pinheiros, São Paulo.

Arte

Hoje, 22 de junho, ocorre a abertura da retrospectiva Sobre Pássaros, Sinapses e Ervas Energéticas, que reúne duas décadas de produção artística de Walmor Corrêa, voltada ao estudo da natureza e suas intersecções com a arte. Em seu repertório, fabulação e ciência evocam o imaginário nacional associado a plantas, animais e espécies híbridas que trafegam entre a realidade e o onírico, como figuras de aves com cabeças de roedores e plantas com funcionalidades e nomes curiosos.

Pensada ao longo dos últimos cinco anos, a mostra passou pelo Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), em Florianópolis, nos meses de julho a setembro de 2022. Agora, chega no próximo dia 22 de junho ao Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. A curadoria é do crítico e pesquisador Paulo Miyada, que pondera: “As ferramentas do Walmor emulam códigos científicos e convidam o espectador a acreditar no que está vendo. A obra dele é carregada de subjetividade, mas também de clareza”.

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Ópera

Nos dias 30 de junho e 1º de julho, sexta e sábado, às 20h30, o Teatro Sérgio Cardoso apresenta a ópera Cavalleria Rusticana (Cavalheirismo rústico, em português), do compositor Pietro Mascagni. A peça é a primeira apresentação do projeto “A Caminho do Interior”, uma promoção do Consulado Geral da Itália em São Paulo em parceria com  o Instituto Italiano di Cultura San Paolo. A ação tem apoio da Secretaria da Cultura e Economia Criativa e da organização social Amigos da Arte.

Cavalleria Rusticana, apresentada em um único ato, é considerada uma das principais composições do realismo operístico italiano, conhecido como verismo. A ópera mistura vingança, traição e mentira em uma verdadeira ciranda amorosa de membros de um povoado da Sicília, que reunido próximo de uma igreja, celebra a Páscoa. 

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O Theatro São Pedro, instituição da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, gerido pela Santa Marcelina Cultura, apresenta no mês de junho a estreia mundial da ópera O Machete, do compositor brasileiro André Mehmari (1977-).

Inspirada em um conto homônimo de Machado de Assis (1839- 1908), publicado originalmente em 1878, a história retrata Inácio Ramos, um tocador amador de violoncelo, que só compõe e toca em momentos específicos de sua vida, como morte de sua mãe e ocasiões especiais com sua esposa e filho. Até que, em certo momento, ele conhece Barbosa um estudante de direito que toca o machete (instrumento de origem portuguesa maior que o cavaquinho e menor que a viola).

Com récitas nos dias 22, 23, 24 e 25 de junho, o espetáculo tem direção musical e regência de Maíra Ferreira, que comanda a Orquestra Jovem do Theatro São Pedro, direção cênica de Julianna Santos, cenografia de Giorgia Massetani, iluminação de Kuka Batista, figurinos de Juliana Bertolini e visagismo de Tiça Camargo. A montagem traz ainda um elenco formado pela Academia de Ópera do Theatro São Pedro, além de cantoras e cantores convidados e da participação do violoncelista Rafael Cesário.

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Teatro

Usando a dualidade proposta pelo texto de William Shakespeare, Noite de Reis or What You Will explora novas perspectivas de entendimento poético de dois idiomas na mesma cena, Português-Inglês. Esta é a apresentação do segundo projeto da Theatro Technis, e a temporada acontece de 27 de junho a 19 de julho de 2023 às terças e quartas, no Centro Cultural São Paulo, na sala Jardel Filho.

Noite de Reis or What You Will: a montagem da Theatro Technis se constrói a partir de seus atores e sua relação em cena, acentuando o caráter de celebração do teatro em sua essência. Exatamente por este motivo, no momento de afastamento entre público e palco, o grupo mira a pesquisa em projetos digitais. Durante o período de isolamento, o grupo encontra no Teatro do Absurdo de Samuel Beckett, uma maneira de continuar a pesquisa de direção de atores e teatro bilíngue lançando a mostra de peças-filme “Beckettfest”, a qual traça paralelos estéticos entre o absurdo do teatro e o absurdo da realidade pandêmica e seu subsequente isolamento.

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Cinema

O documentário “Lô Borges – Toda essa água” estreia no Cine OP, Mostra de Cinema de Ouro Preto, em sessão que acontece no sábado, 24 de junho, às 20h, no Cine Praça, com a presença do músico, do diretor Rodrigo Oliveira e da produtora Vania Catani

Lô Borges trabalha em um novo disco de músicas inéditas enquanto circula pelo Brasil com a turnê que resgata o repertório que compôs em 1972 para os míticos “Clube da Esquina”, com Milton Nascimento, e o “Disco do Tênis”, seu primeiro disco solo. Entre o garoto de 20 anos e o experiente músico que acaba de ultrapassar os 70, uma trajetória de brilhos, medos, sonhos e o eterno desejo pela estrada e pela aventura da composição. Este é um filme sobre toda a água na cabeça de Lô Borges.

 

 

 

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