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O livro traz relatos sobre a experiência do jornalista Carlos Chagas, que narra os últimos 15 anos do regime militar nacional. Fala das dificuldades impostas pela censura, a perseguição a opositores, as disputas dentro da cúpula da ditadura e a prometida e lenta transição para um estado de direito. A obra foi escrita numa linguagem clara e é pontuada por histórias e furos do autor como jornalista político, algumas delas um tanto irônicas, como o erro do departamento de espionagem que fez com que Chagas ouvisse por razoável período conversas do general Filinto Müller ou mesmo a vez que, em 1972, Juscelino Kubischek burlou a proibição de pisar em Brasília e, emocionado, viu pela primeira vez em oito anos o progresso da cidade que ele mesmo fundou.

 O livro também retoma histórias vividas por personagens que até hoje figuram na política brasileira, como José Sarney, Francisco Dornelles, Paulo Maluf e a própria presidente Dilma Rousseff, brevemente citada durante a descrição de um assalto organizado por um grupo de opositores a uma casa no Rio de Janeiro.

A ditadura militar e a longa noite dos generais: 1970 – 1985, de Carlos Chagas [Record, 336 págs., R$ 45]