N o dia 11 de agosto, no Galpão da Casa acontece o lançamento do livro Domínio público (Editora Monstra), escrito a oito mãos por Renata Carvalho, Elisabete Finger, Maikon K e Wagner Schwartz a partir de suas experiências com a censura de trabalhos artísticos em um mundo onde a liberdade de expressão se confunde com o autoritarismo. Os quatro autores estamparam notícias dos principais jornais do Brasil após denúncias de grupos conservadores.

Na noite de lançamento, haverá venda e sessão de autógrafos da obra, além da exibição do curta-metragem Se Trans For Mar, protagonizado por Renata. Após a apresentação do filme, que está marcada para às 20h, haverá ainda uma roda de conversa com a artista, que se divide em muitas facetas, como escritora, diretora e atriz premiada. O evento é uma oportunidade para debater o poder da arte tocar na transformação dos tabus que cercam a sociedade.

Em 2017, os artistas Elisabete Finger, Maikon K, Renata Carvalho e Wagner Schwartz foram alvo de acalorados debates em torno da liberdade de expressão, censura e limites na arte. Wagner, em sua performance La Bête, oferece seu corpo nu para ser dobrado e desdobrado pelo público – revisitando a proposta das esculturas Bichos, de Lygia Clark. Em sua apresentação no Museu de Arte Moderna de São Paulo, o performer foi tocado por uma criança, acompanhada por sua mãe. Um recorte em vídeo deste momento foi manipulado por grupos conservadores e viralizado nas redes sociais, atribuindo ao artista o título de “pedófilo”.

Elisabete, coreógrafa e mãe da criança que participou de La Bête, sofreu uma avalanche de acusações e ameaças, em meio a inquéritos policiais e interrogatórios políticos, que colocaram em questão o papel da mulher, da mãe, do público e da artista no Brasil de hoje.

Maikon, em sua performance DNA de DAN, fica nu e imóvel dentro de uma bolha transparente. Na apresentação em frente ao Museu Nacional da República, em Brasília, teve seu cenário danificado e foi detido pela polícia militar sob a acusação de ato obsceno.

Renata, atriz, teve sua peça – O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu (foto) censurada, e foi impedida de se apresentar por ser travesti e interpretar Jesus Cristo.

Em Domínio público, os quatro se juntam para uma reflexão a partir dos ataques sofridos. Tomando como ponto de partida um dos ícones da história da arte, revelam como uma obra pode ser utilizada em diferentes narrativas ao longo do tempo, incitando as mais diversas reações, espelhando os fatos e absurdos de nossas sociedades.

*

Na próxima terça-feira (9), acontece a noite de autógrafos do livro O candidato, de Rodrigo Alvarez, jornalista há mais de duas décadas e escritor best-seller com mais de 1 milhão de exemplares vendidos, a partir das 19h na Livraria da Vila do Shopping JK Iguatemi. O evento conta com a presença do historiador e comentarista político Marco Antônio Villa, da neurocientista Carolina Rimkus e do consultor de comunicação e política Rodrigo de Almeida. Em O candidato, Alvarez apresenta uma crítica sobre o momento político atual e uma mensagem de esperança para o país. Seus personagens viscerais e autênticos fazem rir e chorar com a mesma intensidade. Lançada pela Citadel Editora, a obra presta homenagem a grandes nomes das artes e jornalistas comprometidos com a democracia.

*

Escrita por Edward Albee (1928-2016) no início da década de 90, ‘Três Mulheres Altas’ logo se tornou um clássico da dramaturgia contemporânea. Perversamente engraçada – como é a marca do autor –, a peça recebeu o Prêmio Pulitzer e ganhou bem-sucedidas montagens pelo mundo, ao trazer o embate de três mulheres em diferentes fases da vida: juventude, maturidade e velhice. A partir de 26 de agosto, uma nova versão da peça estreia no Teatro Copacabana Palace, com Suely Franco, Deborah Evelyn e Nathalia Dill, direção de Fernando Philbert, tradução de Gustavo Pinheiro e realização da WB Produções, de Bruna Dornellas e Wesley Telles.

*

O filme “O Destino de Haffmann” (Farewell, Monsieur Haffmann), estrelado por Gilles Lellouche (de “Um Banho de Vida”) e Daniel Auteuil (do filme “Caché”), estreia nos cinemas brasileiros dia 11 de agosto, com distribuição da Synapse Distribution. Baseado na peça teatral de Jean-Philippe Daguerre de mesmo nome, “O Destino de Haffmann” acompanha François Mercier (Lellouche), um homem comum que trabalha para o joalheiro Joseph Haffmann (Auteuil). No início da ocupação alemã à França, com medo de ser pego por ser judeu, Joseph propõe um acordo para o empregado: passaria a casa e a joalheria para o nome de François até que a situação se estabilizasse e, após recuperar seus bens, ele ajudaria o rapaz a realizar o sonho de ter a sua própria joalheria. Porém, ao não conseguir fugir com a sua família, Haffmann se vê obrigado a viver escondido no porão da própria casa, enquanto acompanha a aproximação de François com os soldados alemães.

*

Nora Roberts tem uma nova casa editorial no Brasil: a Editora Planeta. Pelo selo Essência, uma das autoras mais lidas da história, com 400 milhões de exemplares vendidos, publica O despertar.

*

O livro Multi-versos Aqu’Ástricos, do poeta Felipe Castro, está em pré-venda no site da Folhas de Relva Edições. Entre a água e a palavra, o homem, o escritor, uma entidade aquática. No caminho corrediço que se abre, um reflexo líquido escorre da beira sôfrega de uma pele inundada. Como se uma mesma Palavra (a Palavra com P maiúsculo) esbravejasse a mesma intenção, mas em línguas distintas. Líquido e corpóreo, mar e desejo. “Chego à crista palavrondulada, enquanto eu quase afogado, inerte. Traduzido por um espelho que, líquido, desaprendeu a refletir os contornos escritos do meu verdadeiro nome submerso. Desisto, deixo meu corpo sacolejante, mareante no caldo interestelar, se eu pudesse escrevia o céu de mar”, como diz o autor.

Felipe Castro, é o nome submerso nas águas malemolentes de FêAquastro em “Multi-versos Aqu’Ástricos”, obra recém lançada em Portugal pela editora poesia fã clube e que ganha uma edição brasileira nas mãos da folhas de relva. Nômade incurável já se autodiagnosticou como viciado em despedida quando lançou o “Livro da despedida” em 2019. Hoje tenta se ancorar no mar atlântico de Portugal, mas desde que deixou o Brasil, já viveu na Irlanda, Jordânia, França, Alemanha. Pós-graduado em literatura comparada e outras artes, tem pesquisado sobre a tradução intersemiótica da literatura para o teatro. Já teve poemas publicados em diferentes revistas literárias e antologias, e recentemente tem se aventurado na construção de vídeo-poemas que misturam a poesia com música, dança e água para o perfil @versosaquastricos. Veja aqui.

Tags: