R elendo Livro (Companhia das letras, 2012), de José Luis Peixoto, romance que tem como pano de fundo a emigração portuguesa para a França em tempos salazaristas. A obra compreende um longo período histórico, de 1948 a 2010, e retrata a vida de personagens marcadas pelo abandono, em trajetórias dolorosas que partem de uma vila no Alentejo até a periferia de Paris. Peixoto desenvolve a trama por meio de uma estrutura metalinguística complexa que trava importante discussão com a crítica e o fazer literário. A linguagem poética e a construção dos personagens são o ponto alto do livro.

Oriê (Zahar, 2015), infanto-juvenil da autora Lúcia Hiratsuka. Trata-se de uma primorosa edição com capa dura e miolo em papel kraft. A narrativa acompanha o crescimento da pequena Oriê, que viaja pelo rio de barco com seus pais, entre sua casa e a cidade. Entre uma viagem e outra, ela descobre o mundo. Ambientado no Japão, o livro conta com ilustrações que são pura poesia.

Ficcionais Vol. 2, Escritores revelam o ato de forjar seus mundos (Cepe, 2016), organizada pelo jornalista Schneider Carpeggiani, essa antologia traz textos divertidos, inventivos e perscrutadores sobre o processo criativo de escritores de todas as partes do Brasil. Nomes como Angélica Freitas, Sérgio Sant’Anna, Eucanaã Ferraz e Maria Valéria Rezende desvendam os bastidores de suas obras. Interessa a todos que não se contentam com o ponto final de um livro.

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Paula Fábrio nasceu em São Paulo, onde mora. É mestre e doutoranda em Literatura pela Universidade de São Paulo (USP). Seu romance Um dia toparei comigo (Foz) foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura 2016. Desnorteio (Patuá), seu livro de estreia, venceu o mesmo prêmio em 2013. A autora dá aulas de escrita criativa e mantém uma coluna de entrevistas na Revista Pessoa. No segundo semestre de 2018, será lançado seu primeiro livro juvenil pela Edições SM, ainda sem título definido.

 

 

 

 

 

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