Literatura

Amazônia na encruzilhada, novo livro de Míriam Leitão, está sendo lançado pela Intrínseca. Trata-se de uma ampla reportagem sobre os avanços e os retrocessos da luta do Brasil contra o desmatamento, com bastidores da política ambiental, com viagens à Amazônia e entrevistas com os principais especialistas. A jornalista sustenta, com base em dados, que esse é o momento mais dramático da nossa relação com a Amazônia. Ainda há tempo, mas não muito tempo.

O livro é resultado de um trabalho de apuração rigoroso que une o treino da jornalista com a capacidade literária da escritora. A obra mostra a urgência da proteção da floresta, em tempos de mudança climática, e os riscos que o Brasil e o mundo correm com a sua destruição. Ao entrelaçar diferentes fontes, fatos históricos e reflexões, Míriam Leitão convida o leitor e as instituições a buscarem caminhos possíveis, antes que cheguemos a um ponto irreversível.

A autora é mineira de Caratinga. Como jornalista, recebeu diversos prêmios, entre eles o Maria Moors Cabot, da Universidade Colúmbia, de Nova York. Como escritora, ganhou o Jabuti de Livro do Ano de Não Ficção em 2012 por Saga brasileira e foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura 2015 por Tempos extremos, lançado pela Intrínseca. Também pela Intrínseca publicou História do futuro: o horizonte do Brasil no século XXI (2015), A verdade é teimosa (2017), a coletânea de crônicas Refúgio no sábado (2018), com a qual foi finalista do Jabuti, e A democracia na armadilha (2021).

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Ana Maria Machado segue em plena atividade aos 81 anos de vida. Na Bienal do livro Rio 2023, terá uma agenda extensa. Na sexta-feira, dia 1º, participou do evento de abertura da Bienal junto com Maurício de Sousa, Ruy Castro, Thalita Rebouças, Clara Alves e mediação de Rosa Maria Araújo. O tema da mesa foi “40 anos de Bienal: Uma celebração”.

A autora marcou presença também no estande da Global Editora no dia 3 de setembro, onde autografou o lançamento A Festa da Lua e demais livros lançados pela casa editorial, como Um gato no telhado, A grande aventura de Maria Fumaça e Quem perde ganha.

A Festa da Lua é o primeiro livro infantil de Ana Maria Machado a ser lançado após o período de pandemia e isolamento social. Talvez por isso, ela nos apresenta um menino muito observador, Caê, que encontra encantamento nas coisas que o cercam, desde as mais simples, como cachorros que se encontram na calçada, até as mais fantásticas para uma criança. Reencontrar deslumbramento no cotidiano é ainda uma grande lição que estamos vivendo.

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A primeira leva de obras de Antonio Candido (1918-2017), publicada pela Todavia em março de 2023, marcou a chegada do autor a sua nova casa e reuniu títulos como Formação da literatura brasileira (1959) e O discurso e a cidade (1993), exemplos clássicos de seu elaborado pensamento crítico. Agora, nesta nova leva, quatro livros trazem outros de seus textos de grande projeção. Em Vários escritos (1970) e A educação pela noite (1987), destacam-se os ensaios “Esquema de Machado de Assis”, “O direito à literatura”, “Literatura e subdesenvolvimento” e “A Revolução de 1930 e a cultura”, todos de suma importância para a interpretação da literatura no país. Já Teresina etc. (1980) e Um funcionário da monarquia (1985), ao apresentar os perfis biográficos de uma socialista italiana (Teresina Carini Rocchi) e de um burocrata de origem modesta (Antonio Nicolau Tolentino), dão mostras da amplitude de escopo do autor.

Antonio Candido de Mello e Souza nasceu no Rio de Janeiro, em 1918. Crítico literário, sociólogo, professor, mas sobretudo um intérprete do Brasil, foi um dos mais importantes intelectuais brasileiros.  É autor de clássicos como Formação da literatura brasileira (1959), Literatura e sociedade (1965) e O discurso e a cidade (1993), entre diversos outros livros.

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Poesia reunida traz pela primeira vez juntos todos os nove livros de poemas de Donizete Galvão (1955-2014), autor com um dos percursos mais sólidos no panorama da poesia brasileira dos últimos anos. São eles: Azul navalha (1988), As faces do rio (1991), Do silêncio da pedra (1996), A carne e o tempo (1997), Ruminações (1999), Pelo corpo (2002), Mundo mudo (2003), O homem inacabado (2010) e O antipássaro [2002-2014], seu livro póstumo.

A poesia de Galvão forma um grande espaço de convívio. Lugar de encontro entre tempos que se chocam e se sobrepõem: a infância rural em Borda da Mata, sul de Minas, e o presente urbano em São Paulo. Ou ainda o encontro entre tantos artistas de linguagens diversas: entre a voz de Nina Simone e as janelas de Anish Kapoor. Sai pela Círculo de poemas.

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Teatro

Espetáculo inédito de André Santos, Quilombo MemORÍa estreia dia 06 de setembro no Teatro Giostri, e em seguida faz nova temporada no Teatro Arthur Azevedo, a partir de 12 de outubro. Com direção de Eduardo Silva e com André Santos e Miriam Limma no elenco, a peça conta o reencontro entre avó e neto, quando ele a tira do isolamento durante a Covid-19 e a leva para morar junto dele, com o intuito de resgatar as histórias e memórias da avó enquanto é tempo.

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Nos meses de Setembro e Outubro, crianças de todas as idades poderão conferir o repertório da Cia Suno e comemorar com ela seus 25 anos de existência. Composta por uma atriz dramática e circense, formada pelo CPT e pela École National du Cirque Annie Fratellini (Helena Figueira) e um artista acrobata com domínio das técnicas de malabares (Duba Becker), a companhia foi fundada em 1998 por um grupo de amigos que sonhavam criar um núcleo de pesquisa cênica na cidade de Santos.

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Cinema

Pela primeira vez, a Mostra Internacional de Cinema, realizada anualmente em São Paulo, levará parte da seleção de sua 47ª edição ao Norte do País. Uma parceria com o Centro Cultural Casarão de Ideias (CCCI), em Manaus, vai contemplar a população manauara com a exibição de títulos brasileiros e internacionais em três locais do centro da cidade, entre os dias 27 e 29 de outubro. Além de sessões na rua e em salas de cinema, a mostra vai apresentar trabalhos em realidade virtual em praça pública, para crianças e adultos.

Para Renata de Almeida, diretora da mostra, estender parte da seleção para outras regiões do País é uma aspiração antiga, que se tornou possível com a parceria do Casarão de Ideias: “Acredito que o cinema tem um impacto transformador na vida das pessoas e permitir o acesso a filmes que não chegam ao circuito comercial, ajuda a população a refletir questões que podem contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária”.

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