Há algumas semanas, ministrei uma oficina de escrita criativa em Iguape, dentro da programação do Festival Literário de Iguape (FLI). Lá estava Madu Dunker, de 11 anos. Era a mais nova oficineira entre os mais de 40 alunos que participavam da aula.

Fiquei impressionado com a qualidade do texto da estudante, após o exercício prático que propus à meninada: que todos dessem uma volta pela praça central da cidade paulista, para um pequeno trabalho de texto descritivo.

Eu tinha pedido não mais do que um único parágrafo para cada aluno e a Madu escreveu uma página inteira, falou das árvores, do pipoqueiro, da igreja, da tenda montada no lugar para apresentações da semana literária. Foi além, e ainda citou barulhos, cheiros etc.

Enfim, fez muito mais do que a proposta inicial do exercício.

Depois, quando todos os alunos haviam lido seus textos, Madu falou da sua proximidade com as letras. Numa letra redondinha, caprichada, anotou o endereço do seu blog, Love coffee and books, em que faz resenhas de livros juvenis e escreve cartas aos personagens da série Harry Porter, em seus aniversários.

Contei a história para a Viviane Ka, que edita a São Paulo Review comigo, e então surgiu a ideia de convidar Madu para colaborar com o site. Escrevi para a sua mãe, Aracelli, e o convite foi aceito de imediato.

Segue a primeira resenha da nossa resenhista mirim, uma leitura de Cidades de papel, de John Green, que em breve estará nas telas dos cinemas. Boa leitura! (Alexandre Staut)

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Cidades de papel, um romance cativante

 

Por Madu Dunker *

 

Cidades de papel, como em quase todos os livros de John Green, apresenta uma história de amor cativante que prende o leitor…
O livro apresenta o amor platônico que Quentin nutre por sua vizinha Margo. Os dois são vizinhos há anos, e apesar de terem sido amigos durante a infância, foram se afastando durante a adolescência.
Agora, com a formatura no Ensino Médio tão próxima, ele se surpreende com essa garota mais uma vez.
Quentin tem dois amigos incríveis: Ben e Radar. Quentin, Ben e Radar já tinham se habituado com sua rotina de pertencer a base da hierarquia social na escola. Quentin dispunha seu tempo entre estudar e suspirar pelos corredores por sua paixão secreta, Margo. Ele sabia que ela mal notava sua presença, mas sabia também que os populares da escola não o atormentavam tanto graças a proteção que sua amada exercia. Margo não queria andar com ele, mas também não era totalmente indiferente…
Em uma noite, sem qualquer aviso, Margo bate na janela do quarto de Quentin e ordena que ele seja seu motorista e cúmplice naquela noite. Além de precisar usar o carro da mãe de Quentin, é claro… Mesmo estarrecido com a aparição, e sem entender porque ela o escolhera, Quentin passa a madrugada dando assistência a Margo.
A partir desse momento, nossos queridos personagens começam  a se aproximar, retomando um pouco de sua amizade… Como Alasca Young, de Quem é você, Alasca, Margo faz o leitor se prender cada vez mais à história.
Os dois invadem o Sea World, deixam três bacalhaus de presente para alguns amigos de Margo, visitam o SunTrust e depilam a sobrancelha de Chuck. No SunTrust, os dois conseguem enxergar quase toda a cidade de papel que é Orlando. Quando chega em casa, Quentin percebe que aquela foi a melhor noite de sua vida.
Porém, tudo muda quando Margo some no dia seguinte. Não é a primeira vez, e ela sempre deixa dicas de onde foi para alguém, seja na sopa de letrinhas ou em um comentário anônimo na internet. Depois de uns dias, o sumiço já está muito longo e todos ficam preocupados, e Quentin resolve investigar o paradeiro de Margo.
Adorei o livro, mas achei o final inacabado. Mesmo sendo tão cativante, o romance termina em uma cena que poderia ter continuação…

 

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Madu Dunker tem 11 anos e é estudante em Iguape (SP). Escreve o blog Love coffee and books

 

 madu_duner

 

Cidades de papel (editora Intrínseca)
Avaliação: pena-01pena-01(muito bom)

 

Abaixo, trailer oficial de Cidades de papel

 

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