Por Eduardo Furtado Leite *
na meia volta.
na volta e meia da estória
uma metade da vida
revê sua passagem,
uma confessa o que sabe,
outra sem lugar na paisagem.
na segunda volta da estória
uma metade da mentira
acha sua cara verdade,
uma vai de graça
outra no beco se abre.
no vai e volta da estória
uma metade da vida
em si não mais cabe,
uma toma sol
outra o tanto que a arde
um sumiço
no lapso desse antes
interstício,
riso laço
fogo, artifício.
no pouso do corpo,
o oco do sopro,
sem indício
riso tela
nela à toa,
um sumiço.
arquejo som
espasmo
sarraceno traço,
a atritos cedes,
do som
o caço.
a gota
a queda
deslize março,
arquejo som,
na poça
o fio,
furto faço.
*
Eduardo Furtado Leite é psicanalista. Escreve poemas no blog http://www.paracoisas.blogspot.com.br