* Por Ronaldo Cagiano *
No recém-lançado Nunca mais voltei, de Alexander Willer, encontramos histórias pungentes sobre o universo do homoerotismo, com suas pulsões e angústias, em que o autor enfrenta uma temática vigente na literatura e nas discussões de gênero sem cair na caricatura ou na “guetificação” reducionista, pois centra eminentemente no território dos afetos, da solidão e das ilusões perdidas.
São contos de um realismo crucial e que não podem ser rotulados como histórias do mundo/do amor gay ou sobre o sexo comercializado. É, sobretudo, um mergulho nas relações e nos desencontros, diz de sentimentos atávicos a qualquer ser humano, cujos desejos e apreensões são iguais, sejam parceiros hétero ou homo, pois o que rege as tensões de uma sociedade é o eterno embate entre eros e thanatos. Este é um belo livro, estruturado numa linguagem que oferece uma narrativa que harmoniza forma e conteúdo.
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Nunca mais voltei, de Alexandre Willer (Folhas de Relva Edições, 145 págs.)
https://www.editorafolhasderelva.com.br/nunca-mais-voltei
